Páginas

Mostrando postagens com marcador poesia. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador poesia. Mostrar todas as postagens

Sobre a janela...

Se tem algo que me encanta em Arquitetura é a janela.
Encanta-me pela possibilidade. 
A janela é uma esperança, apenas. Um sopro, um delírio, uma ilusão...
Não podemos passar pela janela, passamos pela porta.
Através da janelas, apenas observamos, desejamos abandonar ou apenas, esperançosos, almejamos uma entrada.
A janela é o meio-termo. A janela é permissiva. Na janela, não se cobra uma decisão. A decisão de entrar ou sair fica para a porta.
São tantas as possibilidades no mundo que se abre através da janela...












Já reparou como as janelas olham?
Olham de um jeito fixo, olham o tempo todo, olham incessantemente, olham... direto no olho.
As janelas, embora não pareçam, são honestas. É por elas que entra a luz, estão perdoadas...


CIDADEZINHA QUALQUER

casas entre bananeiras
mulheres entre laranjeiras
pomar amor cantar.
Um homem vai devagar.
Um cachorro vai devagar.
Um burro vai devagar.

Devagar... as janelas olham.

Eta vida besta, meu Deus.

Carlos Drummond de Andrade


E viva as janelas!!!
Viva a esperança para quem vê o Sol nascer quadrado!!!
















Besitos

Flavia



Imagens: Pinterest

Floral

As estampas florais são a cara da primavera, né?
Não. São a cara de todas as estações, de todo o mundo que gosta de uma decoração mais feminina e mais romântica.
Algumas ideias para encher a sua casa de flores.

Muitas flores nas almofadas.





O carrinho de feira fica lindo como cachepô, encapado com tecido floral. Super ideia para o hall.






Adorei essa poltrona floral! Os vasos e o quadrinho completam com charme a decoração.






Lindo papel de parede floral. O contraste entre o branco e o roxo confere classe ao hall da escada.






Precisa de legenda? Nada ficaria mais lindo nesse cantinho.






No aparador, orquídeas.






Uma colcha floral alegra o quarto da jovem.






O quarto do casal fica bem mais acolhedor com um enxoval de estampa floral.







Charme nos degraus.






Aplique flores e mude a cara da almofadinha lisa.









A SAUDADE BRANCA
Que tens, mimosa saudade?
Assim branca quem te fez?
Quem te pôs tão desmaiada,
Minha flor? Que palidez!...

Ah!... já sei: n’um peito vário
Emblema foste de amor:
O peito mudou de afeto,
E tu mudaste de cor.

Mas não; só peito animado
Por constância e lealdade,
Unida pode trazer-te
Consigo, minha saudade.

Demais tu não mudas; seja
Qual for o destino teu,
Conservas sempre o aspecto
Que a natureza te deu.

Que tens, mimosa saudade?
Assim branca quem te fez?
Quem te pôs tão desmaiada,
Minha flor? Que palidez!

Quem sabe se és flor, saudade?
Quem sabe? Da sepultura
Amor nas pedras penetra
Por milagre da ternura.

Quem sabe... (Oh! meu Deus não seja,
Não seja esta idéia vã!)
Se em ti não foi transformada
A alma de minha irmã?!

“Minha alma é toda saudades;
“De saudades morrerei” —
Disse-me, quando a minh’alma
Em saudades lhe deixei:

E agora esta saudade
Tão triste e pálida... assim
Como a saudade que geme
Por ela dentro de mim!...
                                                         
A namorar-me os sentidos!
A fascinar-me a razão!...
Julgo que sinto a voz dela
Falar-me no coração!

Exulta, minh’alma, exulta!...
Aos meus lábios, flor louçã!
No meu peito... Toma um beijo...
Outro beijo, minha irmã!

Outro beijo, que estes beijos
Não te proíbe o pudor;
Sou teu irmão, não te mancham
Os beijos de meu amor.

Fala um pouco. Se almas podem
Em flores se transformar,
Sendo almas encantadas,
As flores podem falar.

Mas não falas?... não respondes?...
Oh! cruéis enganos meus!
Saudade, por que me iludes?
Minha irmã!... Meu Deus!... Meu Deus!...

Minha irmã!... minha ventura,
Esperança, encanto meu!
É teu irmão quem te chama!...
Responde!... fala!... Sou eu!

Dista muito o céu da terra?
Os anjos asas não têm?
Desata um vôo, meu anjo!
Não tardes, meu anjo! Vem!

Vem! Ao menos um momento
Quero ver-te, irmã querida:
Embora, depois de ver-te,
Fique cego toda a vida.

Mas não vens? Deus te não deixa
Vir ao mundo, meu amor?
Só devo encontrar no pranto
Lenitivo à minha dor?

Ah! minh’alma desfalece...
E o coração, que apressado
Com tanta força batia,
Mal palpita... está cansado.

Muda, sem termos, nem vozes
Me vai ralando a agonia:
A tempestade de angústias,
Mudou-se em melancolia.

Que é isto?! Como tão negro
Ficou-me todo o horizonte!
Que suor me banha o rosto!
Que peso sinto na fronte!

Ah! meu Deus! graças! aos olhos
O pranto sinto chegar;
Se a boca não fala, ao menos
Os olhos podem chorar.

Nós temos duas saudades;
Uma de sangue ensopada
Pela mão do desespero
No seio d’alma plantada;

Outra da melancolia
Toma o gesto, e veste a cor,
Exangue, pálida e fria,
Mas calada em sua dor.

Parece que a natureza
Quis provar esta verdade,
Quando diversa da roxa
Te criou, branca saudade.
 
Laurindo Rabelo, 1826 - 1864







Besitos

Flavia


Imagens: Pinterest e Lady of Rain

Criado mudo reinventado

Quando Cecília Meireles escreveu o verso "A vida só é possível reinventada", ela falava da necessidade da Arte.
A Arte é capaz de nos transportar para além de nós mesmos, para uma supra-realidade, geralmente melhor do que a nossa. Através da Arte, incorporamos o nosso universo onírico ao cotidiano, sentimos na pele as nossas utopias e somos assim, certamente, mais felizes.
E não é possível ser feliz sem a música, a pintura, a arquitetura, a literatura, o cinema, enfim, sem as diversas manifestações artísticas que nos emocionam.
E reinventar está na moda, graças a Deus. Cada vez mais as pessoas customizam roupas, restauram móveis, reciclam lixo, seja pela consciência ambiental, seja por prazer. 
O criado mudo da Thais, aquela minha ex aluna fofa e inteligente que vocês já conhecem (lembre aqui da penteadeira dela) estava velhinho, cansadinho, branquinho, desgastado. Mas ela já sentiu o prazer que é reinventar algo e agora, tenho certeza, não vai parar mais.
E é ela mesma quem conta a história:


"Bom Flavinha, essa mesinha é bem antiga e me acompanha é tempos,  muito tempo trás minha mãe pinto ela de branco,com tempo a tinta fico meio detonada!"










"Então aproveitando que com o fundo branco eu poderia jogar qualquer cor legal, resolvi arriscar um vermelhão.

Tirei os puxadores, dei uma limpeza dela, até ela ficar bem branca ( o branco agarra mt sujeira)"











"Apliquei 3 camadas de tinta spray vermelha, até cobrir bem, deixando secar bem em intervalos de mais ou menos 2 hrs)"








"Comprei o papel do beatles, que é papel de presente mesmo!
Colei com uma cola que não enrugue, só procurar nas papelarias, e apliquei verniz em spray incolor."











"E Pus os puxadores lá da rua Buenos aires.

vou pegar as fotos no meu celular e cartão da loja pra você fazer um post pra suas leitoras =)"








Gente, a cor está bárbara, o trabalho, impecável, esse puxador, a coisa mais cute do mundo, e ela ainda é gentil... entrou na loja de puxadores, no Centro do Rio, e fotografou pra mostrar pra gente.
Super beijocas, Thaís. Parabéns, ficou lindo. E obrigada por compartilhar e animar a galera aqui a meter a mão na massa.

Besitos, Flavia

Reinvenção
A vida só é possível
reinventada.

Anda o sol pelas campinas
e passeia a mão dourada
pelas águas, pelas folhas...
Ah! tudo bolhas
que vem de fundas piscinas
de ilusionismo... - mais nada.

Mas a vida, a vida, a vida,
a vida só é possível
reinventada.

Vem a lua, vem, retira
as algemas dos meus braços.
Projeto-me por espaços
cheios da tua Figura.
Tudo mentira! Mentira
da lua, na noite escura.

Não te encontro, não te alcanço...
Só - no tempo equilibrada,
desprendo-me do balanço
que além do tempo me leva.
Só - na treva,
fico: recebida e dada.

Porque a vida, a vida, a vida,
a vida só é possível
reinventada.

Banheiro organizado e homenagem à mamãe.

Grandes ou pequenos, chiques ou mais simples, os banheiros precisam ser sempre limpos e organizados, de preferência, perfumados. 
Quando menores, muitas vezes, ficamos com aquela dúvida: como vou organizá-lo? Não tenho espaço para muitos armários, o que fazer?
O Casinha Bonitinha hoje mostra algumas maneiras de deixar o seu banheiro arrumadinho. Voilà!




Um espelho na janela sem impedir a entrada de luz... no problem. As duas torres ao lado da pia abrigam todos os ítens necessários, veja como são altos os armários. Reparou como ainda há um gavetão e uma cestinha sob a cuba? Se arrumar, cabe!









Um mancebo improvisado para pendurar toalhas, roupões, etc, um charme no cantinho do banheiro.






Aquele porta doces que você não usa mais organiza produtos de higiene e beleza no lavabo. Um luxo!






Faltou espaço? Coloque uma prateleira no alto.






Nichos são essenciais na organização. Veja como esses ficaram lindos!






Uma boa ideia e um bom marceneiro.






Eu amei essa estante. Grande, alta, bem dividida, prática e linda demais. Para miudezas, use cestinhas ou bandejas na estante.







Agora, gente, vejam a minha mãe, Dona Moacyra, que linda! Ela merece um poema do Drummond, né... Se você é mãe, vai pra você também, e para a sua mamãe... Beijos e parabéns. Mãe, te amo!








Para Sempre




Por que Deus permite
que as mães vão-se embora?
Mãe não tem limite,
é tempo sem hora,
luz que não apaga
quando sopra o vento
e chuva desaba,
veludo escondido
na pele enrugada,
água pura, ar puro,
puro pensamento.

Morrer acontece
com o que é breve e passa
sem deixar vestígio.
Mãe, na sua graça,
é eternidade.
Por que Deus se lembra
- mistério profundo -
de tirá-la um dia?
Fosse eu Rei do Mundo,
baixava uma lei:
Mãe não morre nunca,
mãe ficará sempre
junto de seu filho
e ele, velho embora,
será pequenino
feito grão de milho.


















Besos, besos...
Feliz Dia das Mães!


Flavinha


Imagens: BHG





Layout por A Design